Câmara acelera votação para suspender aumento do IOF; entenda impactos

O Governo Federal aumentou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em maio de 2025, elevando custos para empresas, contadores e investidores.
Agora, a Câmara dos Deputados aprovou regime de urgência para votar a suspensão do decreto, em meio a fortes críticas do mercado. Entenda as mudanças e seus efeitos.
O que mudou no IOF?
No dia 22 de maio de 2025, o governo federal anunciou o Decreto 12.499/2025, que elevou as alíquotas do IOF em diversas operações financeiras.
A medida faz parte de um pacote para aumentar a arrecadação, com impacto estimado em R$ 18 bilhões em 2025.
Principais ajustes nas alíquotas do IOF:
➡️ Crédito para empresas:
- Alíquota total subiu de 1,88% ao ano para até 3,95%.
- No Simples Nacional, aumentou de 0,88% para 1,95%, afetando especialmente MEIs e pequenos negócios.
➡️ Operações de câmbio e remessas internacionais:
- Alíquota unificada em 3,5% (antes variava entre 0,38% e 4,38%).
- Afeta compras internacionais, transferências, frete e serviços como cloud computing.
➡️ Previdência privada (VGBL):
- Aportes acima de R$ 300 mil em 2025 (e R$ 600 mil a partir de 2026) terão IOF de 5%.
➡️ Investimentos:
- LCIs, LCAs e debêntures incentivadas perderão isenção de IR em 2026, passando a tributar 5%.
💡#ValeLembrar: Diante das críticas, o governo recuou parcialmente em 11 de junho, reduzindo a alíquota fixa de crédito de 0,95% para 0,38%, mas manteve outros aumentos.
Como o aumento do IOF impacta empresas e contadores?
O aumento do IOF trouxe custos extras e complexidade tributária, exigindo atenção redobrada de gestores e contadores.
Principais efeitos:
- Encarecimento do crédito para capital de giro e investimentos.
- Pressão sobre pequenas empresas, que já enfrentam dificuldades de acesso a financiamento.
- Impacto em startups, com maior tributação em mútuos conversíveis.
- Aumento de custos em importações e serviços internacionais.
Câmara aprova urgência para suspender alta do IOF
Em resposta às críticas, a Câmara dos Deputados aprovou em 16 de junho um regime de urgência para votar a suspensão do decreto que aumenta das alíquotas do IOF.
O projeto, de autoria do deputado Zucco (PL-RS), teve 346 votos a favor e 97 contra, indicando forte insatisfação com a medida.
Com a aprovação do regime de urgência, a proposta que suspende o decreto do IOF seguirá direto para votação no plenário, sem precisar passar pelas comissões temáticas - um trâmite mais rápido que demonstra a prioridade dada ao tema.
Caso seja aprovada, a medida do governo perderá validade imediatamente, revertendo os aumentos das alíquotas que vinham preocupando o mercado. Embora ainda não haja data marcada para a votação do mérito, a pressão política é intensa, com parlamentares de diversos partidos se mobilizando para acelerar a decisão.
Pontos de atenção para empresas e contadores em relação a alta do IOF
Enquanto o Congresso decide o futuro do IOF, recomenda-se:
✅ Revisar estratégias de crédito para minimizar custos tributários.
✅ Acompanhar a tramitação do projeto na Câmara para ajustes rápidos.
✅ Antecipar aportes em VGBLs e títulos isentos antes de 2026.
✅ Consultar especialistas tributários para planejamento personalizado.
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